Bolsonaro admite cenário difícil para 2026 e Centrão mira Tarcísio como sucessor

Uma eventual sanção ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por parte do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode provocar uma grave crise diplomática entre Brasil e EUA. A possibilidade foi divulgada em reportagem do jornal norte-americano The New York Times.

No cenário político interno, líderes do Centrão avaliam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) começa a admitir que dificilmente será candidato à Presidência da República nas eleições de 2026. A informação é do jornalista Igor Gadelha, do portal Metrópoles. Segundo essas lideranças, Bolsonaro teria reconhecido que sua situação eleitoral é irreversível, com esgotamento das alternativas jurídicas que poderiam viabilizar sua candidatura.

Esse movimento de resignação teria se intensificado após o Supremo Tribunal Federal rejeitar parte da decisão da Câmara dos Deputados que suspendia investigações contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Bolsonaro apostava que essa medida poderia resultar na paralisação completa do inquérito que apura a tentativa de golpe, o que, eventualmente, o beneficiaria.

Outra esperança frustrada para o ex-presidente foi o projeto de anistia. A proposta, considerada pelos bolsonaristas como uma saída para reverter a inelegibilidade de Bolsonaro — que foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) devido a ataques ao sistema eleitoral em reunião com embaixadores em 2022 — perdeu força. A versão mais recente do texto, redigida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi enviada ao ex-presidente, mas aliados admitem que dificilmente conseguirá alterar sua condição de inelegível.

Diante desse quadro, o Centrão já começou a discutir, de forma mais aberta, alternativas para preencher o espaço político deixado por Bolsonaro. O nome que desponta como favorito entre as lideranças do grupo é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Considerado herdeiro político de Bolsonaro, Tarcísio tem angariado apoio por sua gestão avaliada como técnica e por não estar implicado em investigações judiciais.

Paralelamente, no núcleo mais fiel ao ex-presidente, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) surge como o principal “plano B”. Em entrevista recente à revista Veja, ele admitiu a possibilidade de disputar a Presidência caso seu pai não consiga se candidatar.

Entretanto, Eduardo enfrenta resistência entre os líderes do Centrão, que o veem como uma figura altamente polarizadora e com baixa viabilidade eleitoral. Já Tarcísio é percebido como um nome capaz de unificar a direita, evitando desgastes semelhantes aos enfrentados por Bolsonaro.

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