O governo chinês instou neste domingo os Estados Unidos a eliminarem por completo as tarifas comerciais recíprocas ainda em vigor entre os dois países. A declaração veio após o anúncio de Washington sobre a isenção de tarifas para uma série de produtos eletrônicos, incluindo celulares, computadores e componentes tecnológicos.
O Ministério do Comércio da China classificou a medida como um “pequeno passo”, sinalizando que Pequim ainda aguarda ações mais amplas por parte dos norte-americanos. “Estamos avaliando o impacto dessa decisão”, afirmou um porta-voz da pasta em comunicado oficial.
A isenção anunciada pela administração do ex-presidente Donald Trump beneficiará diretamente empresas como Apple, Nvidia e Dell — todas com grande presença produtiva em território chinês. A Apple, por exemplo, monta diversos de seus produtos, como iPhones e iPads, em fábricas localizadas no país asiático.
Apesar do gesto, grande parte dos produtos chineses segue enfrentando uma tarifa média de 145% para entrar nos Estados Unidos, segundo dados atualizados da política comercial americana.
Neste domingo, vídeos publicados nos canais oficiais da Casa Branca trouxeram entrevistas com membros do governo de Trump defendendo a política de tarifas. Entre eles, o secretário do Comércio, Howard Lutnick, reforçou que a suspensão das tarifas sobre componentes eletrônicos é apenas temporária e que o objetivo continua sendo proteger a indústria americana.
As tarifas recíprocas entre as duas maiores economias do mundo têm sido um dos principais pontos de tensão na guerra comercial iniciada durante o governo Trump, marcada por sanções, retaliações e incertezas nos mercados globais.
Pequim, ao pressionar por uma eliminação total das tarifas, sinaliza que busca uma normalização mais ampla das relações comerciais com Washington, mas aguarda medidas concretas e duradouras.