O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), demonstrou disposição para abrir mão de uma candidatura à Presidência da República em 2026, caso o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), se consolide como um nome mais competitivo para a disputa.
A sinalização foi feita nesta sexta-feira (4), durante o Fórum da Liberdade, realizado em Porto Alegre. No palco ao lado de Zema, Leite declarou: “Se for contigo, estamos juntos. Se for com outro que a gente ache, não tem problema”.
Apesar de manter seu nome como possibilidade para a corrida presidencial, o governador gaúcho também cogita concorrer ao Senado. Segundo ele, todas as alternativas estão em avaliação neste momento.
Leite defendeu que a definição dos candidatos deve ocorrer apenas após a construção de um projeto político sólido, com alianças bem definidas e propostas claras. “Mais do que apenas vencer um governo com o qual não concordamos, é preciso oferecer ao país uma agenda consistente de transformação”, disse.
Ele ainda ressaltou que compartilha princípios e ideias com Zema e sugeriu que o debate sobre as candidaturas deva ser deixado para o final do ano, quando o cenário eleitoral estiver mais claro. “Vamos analisar quem tem condições eleitorais, políticas e contextuais para levar adiante essa agenda. Zema é, sem dúvida, uma dessas opções. E, se acharem que eu também sou, estou à disposição”, afirmou.
Zema aparece como opção, mas enfrenta obstáculos
Apesar do apoio crescente e da força regional em Minas Gerais, Zema ainda não figura entre os nomes mais bem colocados nas pesquisas nacionais para a Presidência. Sua intenção de voto varia entre 2% e 8%, atrás de outros nomes da direita, como Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO), Ratinho Júnior (PR), Michelle Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro e Pablo Marçal.
Além disso, o Novo, partido de Zema, enfrenta limitações estruturais: tem baixa presença nacional e recursos escassos para bancar uma campanha de grande porte.
A aposta dos aliados do governador mineiro, no entanto, é o seu alto índice de desconhecimento. Segundo pesquisas recentes, 62% dos brasileiros ainda não sabem quem é Romeu Zema — o que, para seus apoiadores, representa espaço significativo para crescimento.
Diante das dificuldades, uma alternativa considerada mais viável seria a formação de uma chapa em que Zema assuma a posição de vice-presidente. Nos bastidores, o nome do governador goiano Ronaldo Caiado é visto como um possível cabeça de chapa em uma composição mais à direita.