Opinião: Propostas Milagrosas em Hortolândia: Promessas ou Apenas Estratégia Eleitoral?
Essas promessas, que em um primeiro momento podem soar atraentes para o eleitorado, parecem mais fantasiosas do que factíveis.
Em tempos de eleição, não é incomum surgirem promessas que, à primeira vista, parecem resolver todos os problemas de uma cidade. Este ano, Hortolândia não é exceção. Duas propostas chamam a atenção pela ousadia e pelo aparente descolamento da realidade. O candidato Dr. George, do PL, promete construir um novo hospital com 180 leitos e transformar o Hospital Mário Covas em uma maternidade. Já Meira, do União Brasil, propõe demolir o recém-construído Paço Municipal para erigir, em seu lugar, um novo hospital.
Essas promessas, que em um primeiro momento podem soar atraentes para o eleitorado, parecem mais fantasiosas do que factíveis. Em minha opinião, tais propostas são claramente parte de uma estratégia eleitoreira, destinada a capturar votos através de grandes ideias que, na prática, dificilmente sairiam do papel.
Vejamos o caso de Dr. George. Como vereador e presidente da câmara, ele já teve a oportunidade de influenciar diretamente o rumo da saúde pública em Hortolândia. No entanto, sua atenção foi direcionada para a construção da sede do legislativo, e não para a criação de um novo hospital. Agora, em plena campanha, surge a promessa de uma obra monumental. A pergunta que fica é: por que não o fez antes, quando tinha os meios para isso?
O mesmo vale para Meira, que já foi prefeito de Hortolândia por quatro anos. Durante sua gestão, teve a chance de realizar mudanças significativas na infraestrutura da cidade, mas agora, fora do cargo, propõe destruir o Paço Municipal para transformá-lo em um hospital. Isso levanta outra questão fundamental: de onde viria o financiamento para essas obras grandiosas? O Paço Municipal é fruto de um empréstimo que a cidade ainda vai começar a pagar, e desmanchar uma obra recém-construída parece um desperdício de recursos e uma falta de planejamento.
Hortolândia já possui projetos sólidos e bem elaborados para os próximos quatro anos, e comprometer esses planos para atender promessas de campanha pouco viáveis seria, no mínimo, irresponsável. O dinheiro para essas obras "milagrosas" não aparece magicamente, e comprometer o orçamento da cidade com projetos sem base real pode trazer mais prejuízos do que benefícios.
Portanto, cabe ao eleitor analisar com cautela essas promessas grandiosas. Em tempos de campanha, propostas mirabolantes tendem a ser mais um reflexo do desespero por votos do que de um compromisso real com o bem-estar da população. Acredite se quiser, mas em minha humilde opinião, essas promessas não passam de mais uma jogada eleitoreira.