Pegadinha do Malandro versão Brasília: Eduardo anuncia, Flávio desmente e Moraes segue firme

Lembra da clássica “pegadinha do malandro”? Aquela em que você acreditava por um segundo e logo depois vinha o bordão: “É mentiraaa!” Pois bem, em pleno 2025, temos uma versão remixada, edição especial da família Bolsonaro.

O protagonista da vez foi Eduardo Bolsonaro (aquele, o “03”, diplomata autodidata das redes sociais), que no sábado (3) prometeu uma bomba internacional: segundo ele, o governo Trump — sim, o ex-presidente dos EUA que está mais preocupado com os tribunais americanos do que com o Brasil — estaria enviando um representante para discutir sanções contra o ministro Alexandre de Moraes. O recado foi claro: vem chumbo grosso por aí.

Mas adivinha? Era tudo fake news. Nesta segunda-feira (5), quem apareceu para desmentir o irmão foi ninguém menos que Flávio Bolsonaro, o “01”, em um episódio que poderia se chamar “O Desmentido Familiar”.

Flávio se reuniu com Ricardo Pita, representante do (pasmem) governo Trump. Após o encontro, o senador tratou logo de jogar água no chope da teoria conspiratória:

“O assunto aqui não tem nada a ver com sanções com relação a quem quer que seja”, afirmou aos jornalistas, quase com um suspiro de quem sabe que vai sobrar pra ele explicar mais uma do irmão.

O tal David Gamble, chefe interino da Coordenação de Sanções dos EUA, que Eduardo jurava que ia debater como punir Moraes, nem sequer esteve na reunião. Segundo a Embaixada dos EUA, Gamble está por aqui para tratar de temas um pouquinho mais sérios, como o avanço do PCC e do Comando Vermelho — sabe, aquelas coisas que realmente importam.

Quando questionado se Gamble ainda vai visitar o patriarca Bolsonaro, Flávio jogou a bola para Eduardo:

“Ele [Eduardo] está tratando disso nos EUA”, disse, como quem diz “pergunte pro meu irmão, foi ele quem inventou essa novela.”

Aparentemente, a reunião com os americanos era só uma coincidência de agenda — ou, como diz o ditado, mais uma coincidência conveniente para render manchete no Zap.

E assim segue o roteiro da política brasileira: com direito a plot twist familiar, diplomacia de WhatsApp e mais uma fake news desmentida antes mesmo de esfriar.

Opinião Carlos Viana

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