Maioria dos brasileiros é contra anistia a presos por atos de 8 de janeiro, aponta pesquisa Genial/Quaest
Aprovação à soltura é maior entre eleitores de Bolsonaro, enquanto lulistas defendem manutenção das prisões
Uma pesquisa divulgada neste domingo (6) pelo instituto Genial/Quaest revela que a maior parte da população brasileira se opõe à anistia para os envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Segundo o levantamento, 56% dos entrevistados acreditam que os presos devem continuar detidos e cumprir suas penas. Por outro lado, 34% se mostram favoráveis à libertação dos detidos.
Dentro do grupo que defende a soltura, 18% argumentam que os envolvidos nem deveriam ter sido presos, enquanto 16% acreditam que o período de encarceramento já foi suficiente. Outros 10% dos entrevistados não souberam ou preferiram não responder.
Divisão política escancara polarização
A pesquisa também evidencia a forte divisão ideológica entre os eleitores. Entre os que votaram em Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022, 77% são contra a anistia e defendem a continuidade das prisões. Já entre os eleitores de Jair Bolsonaro, a situação se inverte: 61% são a favor da libertação dos presos, enquanto 32% acreditam que devem permanecer encarcerados.
Mesmo entre os que anularam o voto ou votaram em branco, a maioria (53%) é contrária à anistia, contra 31% que apoiam a liberação.
Os dados reforçam a percepção de que o episódio de 8 de janeiro — quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília — segue como um dos temas mais polarizadores da política nacional.
Metodologia
O levantamento da Quaest ouviu 2.004 pessoas em todo o Brasil entre os dias 27 e 31 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.