O líder do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), anunciou nesta quinta-feira (3) uma mudança de estratégia para viabilizar a apresentação do requerimento de urgência do projeto de lei que busca anistiar os condenados por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
A alteração na abordagem do partido ocorreu após um pedido do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para que os líderes partidários não assinassem o requerimento de urgência neste momento. Segundo Cavalcante, Motta permanece alinhado com as pautas do PL, incluindo a anistia, mas enfrenta pressões inerentes ao cargo que ocupa.
“Quero deixar claro que o presidente Hugo Motta é, continua sendo e será sempre aliado do PL em todas as nossas bandeiras, inclusive na anistia. Entretanto, a gente tem que entender as situações e a pressão que a cadeira de um presidente sofre”, afirmou Cavalcante.
Diante da limitação imposta, o PL optou por uma nova estratégia: em vez de coletar assinaturas apenas entre os líderes partidários, o partido agora busca adesões individuais dos deputados para protocolar o requerimento. Caso aprovado, esse requerimento permitiria que o projeto fosse apreciado diretamente no plenário, sem necessidade de trâmite pelas comissões.
Até o momento, foram recolhidas 163 assinaturas. Paralelamente, o partido tem adotado uma tática de obstrução de pautas no plenário como forma de pressão para que Motta aceite pautar o requerimento. No entanto, apesar da mobilização, o partido não conseguiu barrar as votações em curso. Cavalcante destacou que a obstrução continuará, mas de forma seletiva.
“Tem matérias que não dá para parar. Por exemplo, vai ter as comissões de orçamento. Lógico que se a gente obstruir lá, nós estamos complicando a vida de toda a Casa e estamos precisando dos votos das pessoas para a anistia. Muitos parlamentares estão esperando as emendas serem pagas. A gente tem que usar de estratégia nessa obstrução para não perder votos da anistia”, explicou o deputado.
Com a nova estratégia, o PL busca fortalecer sua articulação política e garantir o avanço do projeto de anistia no Legislativo.