MBL quer entrar nas urnas: Movimento atinge exigência para criar o partido “Missão” e mira eleições de 2026

O Movimento Brasil Livre (MBL), conhecido por sua atuação ruidosa nas redes sociais e nas ruas durante o impeachment de Dilma Rousseff, agora quer virar partido político — oficialmente. Nesta quinta-feira (26), o grupo anunciou ter alcançado o número mínimo de assinaturas exigido pela Justiça Eleitoral para viabilizar a criação da sigla batizada de “Missão”.

De acordo com a legislação brasileira, a criação de um novo partido não é tarefa simples. É preciso coletar assinaturas correspondentes a, no mínimo, 0,5% dos votos válidos para a Câmara dos Deputados na última eleição, distribuídas em ao menos nove estados diferentes. Segundo o MBL, a missão (sem trocadilho) foi cumprida com sucesso por meio de uma mobilização presencial, com voluntários em todas as unidades da federação.

Agora, a batalha é burocrática. O grupo precisa formalizar diretórios estaduais em pelo menos nove estados — etapa essencial antes de levar o pedido de registro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Caso os requisitos sejam cumpridos e o plenário do TSE aprove o pedido, o “Missão” estará legalmente apto a disputar eleições, acessar o fundo eleitoral e, claro, sonhar com cadeiras no Congresso Nacional.

Ambição eleitoral

A meta do MBL é ousada: colocar o Missão nas urnas já em 2026, quando o Brasil escolherá presidente, governadores, senadores e deputados. A corrida contra o tempo já começou, e o movimento quer concluir todos os trâmites até outubro deste ano.

Se conseguir, o Missão será o 30º partido político oficialmente registrado no país — um número que revela tanto a pluralidade quanto a fragmentação da política brasileira.

De movimento a partido: uma transformação previsível

Fundado em 2014, o MBL construiu sua base de apoio com pautas liberais na economia e conservadoras nos costumes. Ao longo dos anos, porém, perdeu parte do protagonismo que teve durante o impeachment e enfrentou divisões internas, polêmicas judiciais e crises de imagem.

A transição para um partido político parece ser um esforço de sobrevivência e reinvenção. Agora, com uma legenda própria, o MBL não dependerá mais de alianças com partidos tradicionais — muitos dos quais o movimento já criticou duramente.

A dúvida que paira: será que o Brasil precisa de mais um partido?

O nome escolhido, “Missão”, promete grandeza. Mas, na prática, resta saber qual será a missão concreta da nova sigla: representar ideias liberais de forma orgânica? Renovar a política com nomes jovens? Ou apenas garantir palanque, fundo eleitoral e tempo de TV?

Seja como for, o fato é que o MBL está decidido a trocar as hashtags pelas urnas. E, goste-se ou não, está se tornando mais um ator formal do já saturado sistema partidário brasileiro.

Resta saber se os eleitores também vão embarcar nessa missão.

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