Bolsonaro e o Dedo Podre para Indicar Candidatos: Bolsonaristas Já Entenderam Isso
Dois dos exemplos mais notáveis do "dedo podre" de Bolsonaro para indicar candidatos são os casos de Marcelo Crivella e Wilson Witzel. Crivella, ex-prefeito do Rio de Janeiro, foi apoiado por Bolsonaro nas eleições municipais de 2020, mas sofreu uma derrota acachapante para Eduardo Paes.
O movimento bolsonarista, que antes depositava total confiança nas escolhas de seu líder, começa a encarar uma dura realidade: as indicações de Jair Bolsonaro para cargos eletivos têm se mostrado cada vez mais problemáticas. A confiança que muitos de seus seguidores tinham em sua capacidade de escolher vencedores está abalada, especialmente após erros políticos recentes.
Os Fracassos de Crivella e Witzel
Dois dos exemplos mais notáveis do "dedo podre" de Bolsonaro para indicar candidatos são os casos de Marcelo Crivella e Wilson Witzel. Crivella, ex-prefeito do Rio de Janeiro, foi apoiado por Bolsonaro nas eleições municipais de 2020, mas sofreu uma derrota acachapante para Eduardo Paes. Da mesma forma, Witzel, que Bolsonaro apoiou na disputa pelo governo do Rio de Janeiro em 2018, acabou envolvido em escândalos que levaram ao seu impeachment. Esses fracassos deixaram uma marca profunda na base bolsonarista, que começa a questionar as escolhas de seu líder.
Alerta na Base Bolsonarista
O movimento bolsonarista está em estado de alerta após a divulgação da última pesquisa DataFolha, que trouxe números preocupantes para os candidatos indicados por Bolsonaro no Rio de Janeiro e em São Paulo. No Rio, Alexandre Ramagem (PL) aparece com apenas 9% das intenções de voto, um desempenho pífio em comparação aos 56% de Eduardo Paes (PSD), que lidera com folga.
Já em São Paulo, o crescimento de Pablo Marçal (PRTB) frente ao atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) revela um cenário que, há alguns anos, seria considerado improvável: os votos da direita já não estão exclusivamente nas mãos dos seguidores de Jair Bolsonaro (PL). As narrativas políticas desse campo não são mais controladas apenas pelo clã Bolsonaro, que historicamente centralizou esses votos nas eleições anteriores.
O Futuro da Direita
A fragmentação do eleitorado de direita e a perda de influência de Bolsonaro nas eleições de 2024 indicam uma mudança significativa no panorama político brasileiro. Se antes o apoio do ex-presidente era visto como uma garantia de sucesso, hoje essa percepção está em declínio. Com candidatos que não conseguem decolar nas pesquisas, o movimento bolsonarista enfrenta o desafio de se reorganizar e encontrar novas lideranças que possam revitalizar o campo conservador.
O questionamento interno sobre as escolhas de Bolsonaro pode ser o primeiro passo para uma reavaliação mais ampla de sua influência política. A confiança cega nas indicações do ex-presidente já não é mais um dado adquirido, e isso pode ter consequências profundas para o futuro da direita no Brasil.